domingo, 27 de fevereiro de 2011

Homenagem à Moacyr Jaime Scliar

"O ato é uma função do corpo, e o estado de ser é uma função da alma"

Frase extraida do livro de Neale Donalt Walsch sob o título "Faça sua Luz Brilhar.



Moacyr Scliar

"Acredito, sim, em inspiração, não como uma coisa que vem de fora, que "baixa" no escritor, mas simplesmente como o resultado de uma peculiar introspecção que permite ao escritor acessar histórias que já se encontram em embrião no seu próprio inconsciente e que costumam aparecer sob outras formas — o sonho, por exemplo. Mas só inspiração não é suficiente".


Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre (RS), no Bom Fim, bairro que até hoje reúne a comunidade judaica, a 23 de março de 1937, filho de José e Sara Scliar. Sua mãe, professora primária, foi quem o alfabetizou. Cursou, a partir de 1943, a Escola de Educação e Cultura, daquela cidade, conhecida como Colégio Iídiche. Transferiu-se, em 1948, para o Colégio Rosário, uma escola católica.

Em 1955, passou a cursar a faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS), onde se formou em 1962. Em 1963, inicia sua vida como médico, fazendo residência em clínica médica. Trabalhou junto ao Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU), daquela capital.

Publica seu primeiro livro, “Histórias de um Médico em Formação”, em 1962. A partir daí, não parou mais. São mais de 67 livros abrangendo o romance, a crônica, o conto, a literatura infantil, o ensaio, pelos quais recebeu inúmeros prêmios literários. Sua obra é marcada pelo flerte com o imaginário fantástico e pela investigação da tradição judaico-cristã. Algumas delas foram  publicadas na Inglaterra, Rússia, República Tcheca, Eslováquia, Suécia, Noruega, França, Alemanha, Israel, Estados Unidos, Holanda e Espanha e em Portugal, entre outros países.

Em 1965, casa-se com Judith Vivien Oliven.

Em 1968, publica o livro de contos "O Carnaval dos Animais", que o autor considera de fato sua primeira obra.

Especializa-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Inicia os trabalhos nessa área em 1969.

Em 1970, freqüenta curso de pós-graduação em medicina em Israel, sendo aprovado. Posteriormente, torna-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública.

Seu filho, Roberto, nasce em 1979.

A convite, torna-se professor visitante na Brown University (Departament of Portuguese and Brazilian Studies), em 1993, e na Universidade do Texas, em Austin.

Colabora com diversos dos principais meios de comunicação da mídia impressa (Folha de São Paulo e Zero Hora). Alguns de seus textos foram adaptados para o cinema, teatro e tevê.

Nos anos de 1993 e 1997, vai aos EUA como professor visitante no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Brown University.

Em 31 de julho de 2003 foi eleito, por 35 dos 36 acadêmicos com direito a voto, para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira nº 31, ocupada até março de 2003 por Geraldo França de Lima. Tomou posse em 22 de outubro daquele ano, sendo recebido pelo poeta gaúcho Carlos Nejar.

Fonte: http://www.releituras.com/mscliar_bio.asp

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ponte do Guaíba - Porto Alegre - RS

Ponte do Guaíba

  • Início
  • Empresa (Ponte do Guaíba)

Histórico da Travessia Régis Bittencourt

A Ponte do Guaíba, como ficou conhecida a primeira das quatro pontes que compõem a Travessia Régis Bittencourt, foi inaugurada em 28 de dezembro de 1958 e tornou-se um dos símbolos de Porto Alegre e orgulho para os gaúchos. O nome de Bittencourt foi dado em homenagem ao primeiro diretor geral do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Em 1962, o então governador Leonel Brizola rebatizou o trecho como Travessia Getúlio Vargas, o que, embora tenha merecido placa em bronze em um dos pilares e sido adotada pela população, não foi reconhecida oficialmente, por tratar-se de uma obra federal, sobre a qual o Estado nunca teve ingerência. Além da Ponte do Guaíba, compõem a Travessia as pontes Canal Furado Grande, Saco da Alemoa e sobre o rio Jacuí, todas entre Porto Alegre e Eldorado do Sul.



O grande diferencial da Ponte é o avanço tecnológico do projeto. Único na América Latina, o inconfundível vão móvel eleva um trecho de pista de 58 metros de extensão (toda a ponte tem 1,1 km) e 400 toneladas de peso a uma altura de 24 metros (cada torre tem 43 metros até a base, sob a água). Este recurso foi utilizado em função do tráfego de petroleiros que subiam o rio Gravataí (ainda sobem, até o terminal da Petrobrás) e, posteriormente, também para a passagem dos navios que se dirigem ao Pólo Petroquímico de Triunfo.

Antes da construção da ponte, a travessia era feita em barcas pertencentes ao Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (DAER), que partiam da Vila Assunção, zona sul da Capital, levando até a margem oposta, na cidade de Guaíba, cerca de 600 veículos e mais de mil pessoas por dia. A viagem demorava pelo menos 20 minutos e ainda outros 40 para as operações de embarque e desembarque.

Em 1953, quando o sistema de barcas já dava sinais de saturação, começou a ser discutida uma nova alternativa para a travessia do Guaíba. Entre as possibilidades, estavam uma ponte a partir da Vila Assunção, uma ponte ou túnel saindo da Ponta da Cadeia (na Usina do Gasômetro) e uma ponte que aproveitasse as ilhas do Guaíba, esta a proposta vencedora.

O projeto foi elaborado na Alemanha e remetido ao Laboratório Dauphinois d'Hidraulique, em Grenoble, na França, à época um dos melhores do mundo em hidráulica. Lá, foi montado um modelo do Delta do Guaíba no chão de um pavilhão medindo 30m por 40m, reproduzindo, inclusive, a inundação de 1941, e os possíveis efeitos de uma nova cheia à Ponte, à cidade de Porto Alegre e regiões insulares.



Foi a maior obra de engenharia feita no país até então e a primeira ponte do Brasil a ser realizada em concreto protendido - que em vez de usar ferros, como o concreto armado, usa aços especiais que comprimem o concreto, permitindo vãos maiores. Por mérito dos projetistas alemães, foi calculado que em 35 anos o movimento exigiria sua duplicação. Foi então construída já com o dobro da capacidade de tráfego, demandando oito anos de trabalho. O Governo Federal liberou os recursos para que o DAER administrasse a obra, cujos trabalhos ficaram a cargo da construtora porto-alegrense Azevedo, Bastian e Castilhos (ABC), ainda hoje em atividade. Foi necessária a mão-de-obra de 3,5 mil trabalhadores.

Passadas mais de quatro décadas, a Travessia Getúlio Vargas teve de ser adaptada a uma nova realidade, com o fluxo de veículos médio de 30 mil veículos ao dia, e com importância estratégica para a consolidação do Mercosul, já que é corredor natural dos produtos entre os vários países que constituem o bloco econômico. Para isso, passou por uma profunda reforma, com a substituição dos cabos, roldanas e motores que promovem o içamento do vão, reforma da fachada, pintura. Falta, ainda, uma nova iluminação. Não aquela natalina, que em 1999 e 2000 encantou a todos ao projetar nas águas do Guaíba o desenho de um imenso veleiro, mas uma permanente, bela e diferenciada, como a própria Ponte, cujo projeto foi realizado pela empresa francesa Cité Luz, que também iluminou o Museu do Louvre, em Paris. A implantação dessa iluminação depende apenas do interesse de parceiros, que queiram ter seu nome associado a um dos mais belos monumentos de engenharia no RS.

Em dezembro de 2007, foi lançado o livro “A Ponte do Guaíba”, em homenagem aos 50 anos de história da ponte. A edição, de 96 páginas, é composta por ensaios voltados aos aspectos histórico, ambiental, cultural−paisagístico e sociológico da ponte, ilustrados com imagens antigas e recentes, estas últimas produzidas no verão e outono de 2007 pelo fotógrafo Eduardo Aigner. Os textos são assinados por Rualdo Menegat, Luiz Antônio Bolcato Custódio, Flávio Kiefer, Alice Dubina Trusz, Rosélia Araújo Vianna e Beatriz Blay, que também assina a edição, contando com a coordenação editorial de Maria Cristina Wolff de Carvalho.

A apresentação da obra é do cineasta Jorge Furtado, que já utilizou a ponte como cenário em três de suas produções. “É a mobilidade da ponte que lhe faz ser única e tão cinematográfica”, diz Furtado.

 Foto Ana Fraga
Foto Ana Fraga
Veja o Hot Site em comemoração aos 50 anos da Ponte do Guaíba.
Fonte - Acesse http://www.concepa.com.br/ponte-guaiba.aspwww.concepa.com.br/pontedoguaiba

RIO GRANDE - PARABENS PELO ANIVERSÁRIO

Rio Grande
INFORMAÇÕES | FOTOS |VíDEOS | HOSPEDAGEM | RESTAURANTES | AGÊNCIA DE TURISMO | IMOBILIÁRIAS | LOCADORA DE VEÍCULOS | GUIAS DE TURISMO | OUTROS
http://www.ferias.tur.br/fotogr/88382/caisdoportoporrejanemariadasilvanery/riogrande/Bem-vindo
cidade de Rio Grande
cais do Porto, Por Rejane Maria da Silva Nery

Rio Grande

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Município de Rio Grande
Noiva do Mar.jpg
"Noiva do mar"
Bandeira de Rio Grande
Brasão de Rio Grande
Bandeira Brasão
Hino
Fundação 19 de fevereiro de 1737
Gentílico rio-grandino
Lema
Prefeito(a) Fábio Branco (PMDB)
(20092012)
Localização
Localização de Rio Grande
Localização de Rio Grande no Rio Grande do Sul
Localização de Rio Grande em Brasil
Rio Grande
Localização de Rio Grande no Brasil
32° 2' 06" S 52° 5' 56" O32° 2' 06" S 52° 5' 56" O
Unidade federativa  Rio Grande do Sul
Mesorregião Sudeste Rio-grandense IBGE/2008 [1]
Microrregião Litoral Lagunar IBGE/2008 [1]
Municípios limítrofes Capão do Leão e Arroio Grande (oeste)
Pelotas (norte)
Santa Vitória do Palmar (sul)
Distância até a capital 317 km
Características geográficas
Área 2 813,907 km² [2]
População 197 253 hab. (RS: 11º) –  Censo IBGE/2010[3]
Densidade 70,1 hab./km²
Clima subtropical Cfa
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH 0,793
médio PNUD/2000 [4]
PIB R$ 5 402 761,489 mil IBGE/2008[5]
PIB per capita R$ 27 624,02 IBGE/2008[5]
Outras informações
Ficha técnica
Região Sul
Padroeiro(a) São Pedro
Gini 0,41
Vereadores 13
Rio Grande é um município brasileiro do extremo sul do estado do Rio Grande do Sul. Considerado uma das capitais regionais do Brasil, juntamente com o município de Pelotas, possui aproximadamente 196.337 habitantes.
Foi fundada em 1737 pelo Brigadeiro José da Silva Pais, e elevada à condição de cidade em 1835, ano em que o coronel da guarda nacional Bento Gonçalves inicia a Revolução Farroupilha. Está situada no extremo sul do estado do Rio Grande do Sul, entre a Lagoa Mirim, a Lagoa dos Patos (a maior laguna do Brasil) e o Oceano Atlântico.
A cidade construiu sua riqueza ao longo de sua história devido à forte movimentação industrial. Ainda hoje é uma das cidades mais ricas do Rio Grande do Sul, e a mais rica da região sul do estado, principalmente devido ao seu porto (o segundo em movimentação de cargas do Brasil), e à sua Refinaria (a cidade é a sede da Refinaria de Petróleo Riograndense, antiga Refinaria Ipiranga).
Rio Grande forma, juntamente com Arroio do Padre, Capão do Leão, Pelotas e São José do Norte, uma das três aglomerações urbanas do Rio Grande do Sul, sendo classificada como centro sub-regional 1Um pouco de Rio Grande
Fundação: 1809
Altitude: 5m
População: 182.222 habitantes
Área Total: 2.835,8km²
Densidade Demográfica: 64,26hab/km²
CEP: 96200-000

http://www.ferias.tur.br/fotos/8041/rio-grande-rs.html

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

CONHECENDO MAIS UMA PRAÇA - PRAÇA JULIO DE CASTILHOS

A Praça Júlio de Castilhos, adotada em abril de 1997, está situada no coração do bairro Moinhos de Vento, entre a Avenida Independência e a Rua Ramiro Barcelos.
O trabalho de manutenção está a cargo dos colaboradores da área de Pátios e Jardins da Instituição. Todo este cuidado tem reconhecimento dos moradores do bairro e das pessoas que por ali passam. A Praça Júlio é considerada uma das praças mais belas da cidade de Porto Alegre e é sempre elogiada por suas plantas, podas e árvores.

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sábado, 19 de fevereiro de 2011


O Guaíba é um grande lago (496 km²) ao qual Porto Alegre está histórica e culturalmente ligada, desde a chegada dos primeiros casais açorianos até o atual desenvolvimento econômico da região.
Por quase toda a sua existência foi considerado um rio, porém há pouco mais de 20 anos, após criterioso estudo envolvendo técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e de universidades norte-americanas, foi classificado como um grande lago.
O Guaíba é um ecossistema que sustenta uma rica biodiversidade, onde interagem diversas espécies vegetais e animais, que dependem de sua boa qualidade e preservação.
Sua bacia hidrográfica abrange uma área de 85.950 km², equivalente a 30% do território gaúcho. Nela, estão situados os núcleos industriais mais importantes do Estado, concentrando 2/3 da produção industrial do Rio Grande do Sul e os centros urbanos mais populosos, onde vivem 70% da população.

[editar] Geografia

O Guaíba é formado pelo Rio Jacuí (84,6%), Sinos(7,5%), Caí (5,2%) e Gravataí(2,7%), recebendo também as águas dos arroios situados às suas margens. Trata-se de um estuário no Rio Grande do Sul, Brasil. Estes rios desembocam no Delta do Jacuí, formando então o Guaíba, que banha os municípios de Porto Alegre, Eldorado do Sul, Guaíba, Barra do Ribeiro e Viamão. A partir do Guaíba, as águas vão para a Lagoa dos Patos e, por seqüência, para o Oceano Atlântico.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lago_Gua%C3%ADba
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CÉU E NUVENS....

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MERCADO PÚBLICO CENTRO DE PORTO ALEGRE - RGS

HISTÓRIA

Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre, o Mercado Público foi inaugurado em 1869 para abrigar o comércio de abastecimento da cidade. Tombado como um Bem Cultural, passou entre 1990 e 1997 por um processo de restauração, agregando mais qualidade a sua estrutura e recuperando a concepção arquitetônica original. Com as obras, o Mercado também ampliou o seu número de estabelecimentos comerciais. Além de oferecer bons produtos, procurando praticar uma boa política de preços, o Mercado Público também atua como espaço para manifestações culturais e comunitárias, proporcionando mais qualidade de vida a população.

DADOS

  • Inauguração: 03.10.1869
  • Projeto: Eng. Frederico Heydtmann, realizado em 1861
  • Estilo arquitetônico original: neoclássico
  • Estilo arquitetônico atual: eclético (após diversas reformas)
  • Possui a forma de um quadrilátero e foi inaugurado somente com 1 pavimento e 4 torreões (nas esquinas).
  • Adaptando-se ao crescimento da cidade e suas demandas, sofreu várias alterações, dentre as quais a construção, na sua parte interna, de chalés em madeira.
  • Em 1912 foi construído o 2º pavimento para abrigar escritórios comerciais e industriais e repartições públicas.
O Mercado Público passou por incontáveis mutações arquitetônicas e sobreviveu a diversas enchentes, incêndios e ameaças de demolição:
  • Enchente: 1941;
  • Incêndios: 1912 (que destruiu os chalés internos), 1976 e 1979;
  • Foi ameaçado, na Administração Telmo Thompson Flores, de ser demolido para construção de uma avenida.
Em 12 de dezembro de 1979, o Mercado Público foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre (Lei 4.317/77).
Em 1990, a Administração Popular organizou uma equipe multidisciplinar de técnicos para desenvolver o Projeto de Restauração,  no qual ficavam claros os seguintes objetivos:
  • Resgate da qualidade estética da edificação;
  • Otimização de seu potencial de abastecimento;
  • Valorização dos espaços de sociabilidade.
A reforma recuperou a percepção visual das arcadas, resgatou as circulações internas, criou novos espaços de convivência e implantou redes de infra-estrutura compatíveis com o funcionamento do Mercado. Foi construída uma nova cobertura que possibilitou a integração entre o térreo e o 2º Pavimento.
No 2º pavimento, onde antes existiam escritórios e repartições públicas, atualmente está sendo ocupado com diversos estabelecimentos como: restaurantes, lancherias, etc., através de concorrências públicas.
O Mercado, através da restauração, foi dotado de moderna infra-estrutura, qualificando seu espaço interno e externo, como duas escadas rolantes, 2 elevadores, 4 baterias sanitárias para o público, um Memorial, dentre outras melhorias. Também possui sistema de gás encanado, cujo produto é fornecido por uma central de gás externa ao prédio, que lhe confere maior segurança, além de vestiários e refeitório, para permissionários e seus funcionários, 4 câmaras frias (uma para lixo e 3 para produtos perecíveis) e um sistema de refrigeração já concluídos.
O custo da reforma ficou, na época, em R$ 9 milhões, sendo, 88% do orçamento da PMPA, e os demais 12% pelo FUNMERCADO e doações diversas. O FUNMERCADO (Fundo Municipal do Mercado Público) foi criado em 1987, através da Lei 5994/87. É formado com a receita arrecadada das permissões de uso, tendo a finalidade de custear a restauração, reforma, manutenção e animação do prédio.
Equipe responsável pela restauração do Mercado:

COORDENAÇÃO TÉCNICA GERAL

Arquiteto Octacílio Rosa Ribeiro (1991 a 1994)
Arquiteto Teófilo Meditsch (1994 a 1997)
Arquiteta Vera Maria Becker (1991 a 1997)


PROJETO ARQUITETÔNICO DE RESTAURAÇÃO

Arquiteta Doris Oliveira
Arquiteto Evaldo Schumacher
Arquiteto Octacílio Rosa Ribeiro
Arquiteto Teófilo Meditsch
Arquiteta Vera Maria Becker

PREMIAÇÃO
Em novembro de 1997, o “Instituto de Arquitetos do Brasil” e a “Fundação Bienal de São Paulo” conferiram aos autores do projeto, arquitetos Doris Maria de Oliveira, Evaldo Schumacher, Octacílio Rosa Ribeiro, Teófilo Meditsch e Vera Maria Becker  o Prêmio 3ª Bienal Internacional de Arquitetura, pelo trabalho “Mercado Público de Porto Alegre / RS”, categoria Patrimônio Histórico.

PERÍODO DE EXECUÇÃO DA RESTAURAÇÃO
Trabalhos iniciados em 1990 e desenvolvidos ao longo das Administrações dos Prefeitos Olívio Dutra, Tarso Genro e Raul Pont.

REINAUGURAÇÃO

A reinauguração ocorreu no dia 19 de março de 1997.

Fonte: http://www.procempa.com.br/

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Símbolo de Porto Alegre - O LAÇADOR



 Paixão Côrtes em umas de suas atividades como Patrono da 56ª Feira do Livro em Porto Alegre. Foto de Ana Fraga
"O Laçador" e bibliografia de Paixão Côrtes
O Monumento "Laçador" foi criado por Antonio Caringi, inaugurado em 20/09/58, no Largo do Bombeiro, em Porto Alegre - RS, tendo por modelo Paixão Côrtes. Este monumento possui 4,45 metros, e está acentado num pedestal de granito totalizando 6,55 m., e pesa 3,8 toneladas.
João Carlos D'Avila Paixão Côrtes, nasceu em 12/07/1927 em Sant'Ana do Livramento - RS, é Engenheiro Agrônomo, mas tornou-se mundialmente conhecido como estudioso da Tradição Riograndense, com um sem número de trabalhos aprovados em Congressos Tradicionalistas, sendo o maior divulgador de nossa tradição na América do Sul.
Paixão Côrtes iniciou cedo pesquisas do nosso folclore, registrando com gravadores, filmadoras e máquinas fotográficas todo o rico material da cultura do homem campesino gaúcho, pesquisa essa que se estendeu até peças originais de museus como o Louvre de Paris, do Museu do Trajo Português de Lisboa, Museu do Prado de Madri, Museu Militar da Escócia, Victória and Albert de Londres e tantos outros da América do Sul.
Paixão Côrtes é o que podemos chamar de Tradicionalista de Primeira Hora, visto ter sido integrante do "Grupo dos Oito", que fundou o "35 - CTG" em 1.948, que foi o primeiro CTG fundado, originando daí todo o Movimento Tradicionalista do qual fazemos parte com tanto orgulho.
É criador dos símbolos da "Chama Crioula", do "Candeeiro Crioulo" e da "Semana Farroupilha".
Em 1.953, fez nascer o famoso conjunto folclórico "Tropeiros da Tradição", iniciando assim uma nova era profissional na projeção folclórica de nossas danças e temas nativos. Na área discográfica atuou em 7 (sete) long-plays cantando, com os quais recebeu prêmios como, melhor Realização Folclórica Nacional (1.962) e melhor Cantor Masculino do Folclore do Brasil (1.964).
Como comunicador, Paixão Côrtes tem mais de 40 anos de dinâmica atividade, atuando em conceituados programas de rádio Riograndenses, sendo o criador, com Darcy Fagundes do famoso "Grande Rodeio Coringa" em 1.955, programa esse que reformulou a programação gauchesca de auditório do Rio Grande. Paixão Côrtes é responsável também pelo surgimento de "Festa de Galpão"(1.953), "Festança da Querência"(1.958), "Domingo com Paixão Côrtes" e "Querência", estes dois últimos em plena vigência na rádio Guaíba.
Atuou como consultor de costumes e revisor de texto para a televisão e cinema, e como ator encarnou o expressivo Pedro Terra no filme "Um Certo Capitão Rodrigo", dirigido por Anselmo Duarte, baseado no romance "O Tempo e o Vento" de Érico Veríssimo.
Como bailarino e cantor, Paixão Côrtes viajou oito vezes para a Europa, atuando na mais famosa casa de espetáculos européia, no Olímpia de Paris, permanecendo 5 meses na França apresentando nossas danças folclóricas também nos palcos da Universidade de Sorbonne, Teatro Mogador, Prefeitura Parisiense e outras casas noturnas.
Atuou também na Alemanha, na "Feira Mundial de Transportes e Comunicações" em Munique, no "Cassino de Estoril" em Lisboa, e na "Feira Rural de Santarém", em Portugal.
Em 1.986, Paixão Côrtes retornou à Europa, distribuindo na Inglaterra e Escócia sua obra "The Gaúcho, Dances Costumes, Craftsmanship" impresso em inglês. Na BBC de Londres apresentou-se cantando e dançando temas gauchescos, acompanhado pelo conjunto musical "Os Farrapos" (Disco de Ouro / 1.988).
Foi conferencista no Arquipélago Açoriano Português em intercâmbio cultural entre "Ilhéus" e "Gaúchos".
Cabe ressaltar que Paixão Côrtes não está vinculado a nenhuma instituição governamental, quer Municipal, Estadual ou Federal, nem recebe qualquer subvenção de qualquer órgão internacional.
Quis a história que se fizesse justiça a esse gigante do tradicionalismo, eternizando sua figura no bronze do "Laçador" do qual foi modelo para o escultor Antonio Caringi, em 1.954, imagem esta escolhida como símbolo de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.
ALGUMAS OBRAS EDITADAS PELO AUTOR:
- Festança na Querência - 1959
- Terno de Reis - Cantiga do Natal Gaúcho - 1960
- Folclore Musical do Pampa - (col musical) - 1960
- Vestimenta Gaúcha (opúsculo) - 1961
- Gaúchos de Faca na Bota - 1966
- Carne Ovina (promoção com receitas) - 1968
- Aspectos da Ovicultura Gaúcha - 1977
- Tosquia Australiana no Rio Grande do Sul (co-part.) - 1972
- The Gaúcho - Dances, Costumes, Craftsmanship (em inglês) - 1978
- "Reses" - Cântico do Ciclo Natalino Rio-Grandense (opúsculo) - 1979/1980
- Festas Juninas e dos Santos Padroeiros (opúsculo) - 1980
- Os "Reses" no Natal Gauchesco - 1981
- Natal Gaúcho e dos Santos Reses - 1982
- Folias do Divino - 1983
- Folclore Gaúcho - Festa, Bailes, Música e Religiosidade Rural - 1987
- Debret - Província de Rio Grande de São Pedro do Sul (álbum com Salomão Scliar) 1978
- "Novas" Danças do Rio Grande Antigo - 1986
- Aspectos da Música e Fonografia Gaúchas - 1984
- Festejos do Ciclo São João na Tradição Gaúcha - 1986
- Origem da Semana Farroupilha, Primórdios do Movimento Tradicionalista - 1994
COM BARBOSA LESSA
- Manual de Danças Gaúchas - 1956
- Danças e Andanças da Tradição Gaúcha - 1975
- A Guerra e o Gado - Fatores da Sociabilidade do Gaúcho ( separata) - 1952
- Aspectos da Sociabilidade Gaúcha - 1985




 Foto de Ana Fraga

 

 

 

Nova localização

Após 48 anos no Largo do Bombeiro, na Av. dos Estados, bairro São João, zona norte da cidade, no dia 11 de março de 2007, a estátua foi transferida para o Sítio O Laçador, em frente ao antigo terminal do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na mesma avenida, mas a uma distância de 600 metros do seu antigo local. O motivo para a transferência do símbolo de Porto Alegre foi a construção do viaduto Leonel Brizola no local onde a estátua permanecia, já concluído. O homem que serviu de modelo do laçador, Paixão Côrtes, não pôde assistir à transposição da estátua no dia previsto para a mudança pois foi hospitalizado devido ao seu estado emocional.
O Sítio O Laçador tem seis espaços diferenciados, com as cores do estado do Rio Grande do Sul, em quatro mil metros quadrados de área. A estátua permanece num espaço mais elevado, denominado Coxilha do Laçador. Para a construção do Sítio O Laçador foram investidos um milhão de reais, com a intenção de valorizar o folclore e a tradição gaúcha, já que a estátua continua visível a todas as pessoas que chegam a Porto Alegre pela BR-116



Texto - http://pt.wikipedia.org

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Zona Rural


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Estrada de chão batido, como era antigamente, muitas matas, flores, pássaros inclui-se até um pica pau, que diante do progresso, o asfaltos, prédios e mais industrias, comércios, tomaram conta da nossa mais pura autenticidade das casas, dos costumes e hábitos saudáveis do Povo Rural de antanho. Neste local se respira o verde que se perdeu no asfalto, sem nenhuma poluição, a poeira, o cascalho fazem parte deste ambiente limpo e puro, os moradores são pessoas que devem se orgulhar-se pois as tradições são cultuadas a moda antiga, é um bom passeio, esta rua fica na parada 24 da Lomba do Pinheiro. Um dos bairro da Capital Porto Alegre.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Parque da Redenção - Porto Alegre-RGS


Parque Farroupilha - A Redenção

Tombamento do Parque



O Parque Farroupilha foi tombado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre em maio de 1997. Nesta página consta o inteiro teor de todos os documentos referentes a este tombamento, bem como uma parte das fotos que os acompanham.

Todas as fotos desta página constam dos documentos do tombamento, onde não estão citados os seus autores ou a fonte de onde foram obtidas. Sabe-se porém que das fotos antigas algumas foram obtidas do acervo do Museu Hipólito José da Costa e outras do próprio acervo do parque, as fotos da época do tombamento foram obtidas pelo próprio administrador do parque Eng. Clóvis Breda. No documento original constam 151 fotos, das quais foram selecionadas as mais importantes para que não se ocupasse um espaço exagerado.


1. INSTRUÇÃO DETALHADA DO TOMBAMENTO
   1.1. APRESENTAÇÃO
   1.2. BREVE HISTÓRICO DO PARQUE
   1.3. MÉRITO PARA O TOMBAMENTO DO PARQUE
   1.4. DESCRIÇÃO DO OBJETO DE TOMBAMENTO
   1.4.1. EIXOS, CANTEIROS E FONTE LUMINOSA
   1.4.2. MONUMENTO AO EXPEDICIONÁRIO
   1.4.3. LAGO, ILHA, MIRANTE COBERTO, ANCORADOURO E ANTIGO EMBARCADOURO
   1.4.4. PARQUE PAULO GAMA
   1.4.5. ESTÁDIO RAMIRO SOUTO
   1.4.6. RECANTO ALPINO
   1.4.7. RECANTO SOLAR
   1.4.8. RECANTO ORIENTAL
   1.4.9. RECANTO EUROPEU
   1.4.10. CHAFARIZ DE FERRO
   1.4.11. POSTINHO
   1.4.12. AUTINHOS ANTIGOS
   1.4.13. AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA
   1.4.14. MONUMENTOS
   1.5. ESTADO DE CONSERVAÇÃO ATUAL DO PARQUE
   1.6. RECOMENDAÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO PARQUE
   1.6.1. RECOMENDAÇÕES GERAIS
   1.6.2. EIXO MONUMENTAL
   1.6.3. EIXO TRANSVERSAL
   1.6.4. MONUMENTO AO EXPEDICIONÁRIO
   1.6.5. LAGO, ILHA, ANCORADOURO E ANTIGO EMBARCADOURO
   1.6.6. PARQUE PAULO GAMA
   1.6.7. RECANTO ALPINO
   1.6.8. RECANTO SOLAR
   1.6.9. RECANTO ORIENTAL
   1.6.10. RECANTO EUROPEU E CHAFARIZ DE FERRO
   1.6.11. ESTÁDIO RAMIRO SOUTO
   1.6.12. POSTINHO
   1.6.13. MONUMENTOS
   1.6.14. AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA
   1.7. DELIMITAÇÃO DO ENTORNO DO TOMBAMENTO
   1.8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
          2. ANEXO 1 - FOTOS DO PARQUE 
              3. ANEXO 2 - PLANTAS DA ÁREA DO PARQUE 
              4. ANEXO 3 - DOAÇÃO DA ÁREA DA VÁRZEA
       5. ANEXO 4 - FOLHA DO LIVRO DE TOMBO DO MUNICÍPIO
       6. ANEXO 5 - CIENTIFICAÇÃO DO TOMBAMENTO PROVISÓRIO
       7. ANEXO 6 - COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA 



PARQUE FARROUPILHA

1. INSTRUÇÃO DETALHADA DO TOMBAMENTO




1.1. APRESENTAÇÃOVoltar p/Topo

A presente instrução decorre do Compromisso de Ajustamento de Conduta celebrado em 30 de novembro do ano 2000 entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (anexo 6). O tombamento do Parque Farroupilha está inscrito na folha número 52 do Livro do Tombo do Município (anexo 4) e Cientificação do Tombamento Provisório expedida pela Secretaria Municipal da Cultura em 23 de maio de 1997 (anexo 5).


1.2. BREVE HISTÓRICO DO PARQUEVoltar p/Topo

A área do atual parque Farroupilha foi doada à cidade em 24 de outubro de 1807, pelo Governador Paulo José da Silva Gama, com a finalidade de ser utilizada, como potreiro para o gado que se dirigia aos açougues da Vila (anexo 3). Havia uma cláusula no contrato, que estabelecia que o local não poderia ser alienado sem expressa autorização de Sua Alteza Real. Esta cláusula salvou o atual parque Farroupilha, que impedido de ser loteado e vendido em 1826, foi destinado como local para exercícios militares.
Esta área, inicialmente, conhecida como Potreiro da Várzea, recebeu a denominação de Campos do Bom Fim em 1867, devido à sua proximidade com a Igreja Nosso Senhor do Bom Fim e das festas que ali se realizavam. Em 9 de setembro de 1884, a Câmara propôs para a área, a denominação de Campos da Redenção, em homenagem à libertação dos escravos em Porto Alegre, registrando significativa vitória local da luta abolicionista, pois foi a primeira cidade a abolir a escravatura.
O primeiro ajardinamento, temporário, do parque ocorreu por ocasião da Grande Exposição de 1901, existindo nesta época a Escola Militar (1872) e a Escola de Engenharia (1896). Em 1914, o Plano de Melhoramentos e Embelezamento da Capital, elaborado pelo Arquiteto João Moreira Maciel, propôs a divisão do Parque em nove quarteirões, sendo que o quarteirão demarcado pela Exposição de 1901 já se encontrava ocupado pelo Instituto de Eletrotécnica, o Colégio Júlio de Castilhos, as Faculdades de Direito e Medicina e a Escola de Engenharia. O primeiro quarteirão foi ajardinado em 1927, recebendo a denominação de Parque Paulo Gama, situado na extremidade noroeste entre a avenida João Pessoa e a rua Engenheiro Luiz Englert.
O arquiteto urbanista francês Alfred Agache elaborou o anteprojeto de ajardinamento do Campo da Redenção, datado de 1928, que recuperou a unidade da área, eliminando o parcelamento do projeto anterior. A unidade do conjunto foi adquirida através do eixo central, do grande lago e do eixo transversal. Este anteprojeto foi adotado em parte por ocasião da instalação da Exposição Comemorativa do Centenário da Revolução Farroupilha em 1935, fundamental para a ocupação global e consolidação da área como parque urbano. Também em homenagem ao Centenário da Revolução, o Campo da Redenção recebeu a denominação de Parque Farroupilha.
Na administração do prefeito José Loureiro da Silva (1937-1943) foi contratado o engenheiro, arquiteto e urbanista Arnaldo Gladosch para organizar o Plano Diretor de Porto Alegre. Entre as várias diretrizes estabelecidas para solucionar o problema do verde na cidade, Gladosch propôs a criação “de um sistema orgânico de praças e parques” e manifestou-se contrário à expansão da “Cidade Universitária” no Parque Farroupilha, “pois, além de diminuir a área de verde coletivo, não permitiria um conjunto racional, dada a pequena extensão do local [...].” (SILVA; PAIVA, 1943:52).
Nesta mesma administração, em 1939, foi iniciada a demolição dos pavilhões de estuque da Exposição do Centenário Farroupilha, e construídos o Estádio Ramiro Souto e o espelho d’água no eixo central. Os recantos, Jardim Alpino, Jardim Europeu, Chafariz de Ferro e o Jardim Oriental, foram implantados em 1941.
O Auditório Araújo Vianna foi projetado em 1960 e inaugurado pelo governador Leonel Brizola em 1961. A construção deste auditório no interior do Parque Farroupilha resultou do compromisso estabelecido entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, quando da construção da sede deste poder em local então ocupado pelo antigo auditório na Praça da Matriz. O projeto do Auditório Araújo Vianna é de autoria de dois conhecidos arquitetos da cidade: Carlos Maximiliano Fayet e Moacyr Moojen Marques. Concebido originalmente como auditório aberto, não possuía cobertura e nem fechamento da platéia em sua configuração inicial. Entretanto, face à mudança das características dos espetáculos, primeiramente foram fechadas as entradas de franco acesso do público e posteriormente, em 1996, o auditório recebeu uma cobertura de PVC tensionado em estrutura metálica, tendo sido removidos os antigos bancos de madeira existentes na platéia. Estas intervenções definem o aspecto atual do prédio, bastante diferenciado da obra original.
O Parque Farroupilha possui hoje 40 dos 69 hectares inicialmente doados pelo Governador Paulo José da Silva Gama em 1807.


1.3. MÉRITO PARA O TOMBAMENTO DO PARQUEVoltar p/Topo

O tombamento do Parque Farroupilha justifica-se pela convergência de vários fatores, que caracterizam uma situação de excepcionalidade.
Trata-se do parque urbano mais antigo e concorrido de Porto Alegre. Sua formação e consolidação como a área verde mais tradicional da cidade, caracteriza seu inerente valor cultural e histórico, reforçado por eventos e práticas a ele associados, no decorrer do tempo, como as festas do Nosso Senhor do Bom Fim nos idos de 1867, a Grande Exposição de 1901, a Exposição Comemorativa do Centenário da Revolução Farroupilha de 1935, e, contemporaneamente, o Brique da Redenção. Além disso, sua toponímia retrata as transformações e o significado simbólico durante quase dois séculos de existência deste espaço: Potreiro da Várzea na primeira metade dos oitocentos, Campos do Bom Fim a partir de 1867, Campos da Redenção a partir de 1884 e Parque Farroupilha a partir de 1935.
A estreita relação do Parque Farroupilha com a construção da cidade manifesta, também, sua importância no âmbito urbanístico e arquitetônico. As referências ao parque existentes no Plano de Melhoramentos e Embelezamento da Capital de João Moreira Maciel em 1914, o anteprojeto do parque de Alfred Agache em 1928, as diretrizes de Arnaldo Gladosch contidas no Plano Diretor de 1937/43, o projeto do auditório Araújo Vianna de Carlos Fayet e Moacyr Moojen Marques de 1960, caracterizam mérito arquitetônico e urbanístico que justificam o presente tombamento.
O destaque ambiental e paisagístico deste parque se deve à diversidade florística, tanto exótica como nativa, introduzida a partir de propostas paisagísticas, projetadas e implantadas no início do século passado, observando os preceitos dos jardins franceses. Na observação da vegetação existente, é possível identificar os vários períodos de sua evolução, desde sua origem caracterizada como várzea, passando por período de extremos cuidados formais, preceitos dos jardins franceses e ingleses; a período em que a manutenção das áreas verdes urbanas foram confundidas com o conceito de reservas ambientais, sendo impedidas podas de formação, topiarias, remoção de vegetais espontâneos e desconsideração dos projetos paisagísticos, até a retomada atual da restauração e recuperação de alguns espaços fundamentais da proposta formal original.
Esta diversidade florística propicia o abrigo de variadas aves urbanas, tendo sido registradas sessenta espécies no Parque Farroupilha das cento e sessenta e oito espécies existentes nos parques de Porto Alegre através do projeto Ecologia e Distribuição da Avifauna dos Parques de Porto Alegre(Guia Ilustrado das Aves dos Parques de Porto Alegre).
O tombamento do parque, pressupõe ainda, o indicativo de imunidade ao corte, com respaldo na Lei Federal nº 4771/65, artigo 7º, de grupamento de vegetais significativos, que pela localização, beleza e condição de porta semente, aliado ao seu aspecto histórico, devem ser preservados. A preservação, neste caso em particular, não será aplicada a indivíduos em si, mas ao conjunto por eles constituídos, como os Platanus occidentalis, Peltophorum dubium, Tipuanas tipu, Washingtonia robusta, Thuya occidentalis, Eucaliptus citriodora, Cupressus sempervirens, integrantes e descritos no item 4 - Objeto de Tombamento. Também, no entorno imediato do parque deverão ser preservados os renques de palmeiras Washingtonia robusta dos canteiros centrais da avenida Osvaldo Aranha e de Tipuanas tipu do canteiro central da avenida José Bonifácio. Em caso de problemas fitossanitários adversos, que o indivíduo descrito venha a perecer ou necessite remoção, deverá ser substituído por outro da mesma espécie.


1.4. DESCRIÇÃO DO OBJETO DE TOMBAMENTOVoltar p/Topo

O Parque Farroupilha situa-se entre as avenida João Pessoa, avenida Loureiro da Silva, Rua Engenheiro Luiz Englert, avenida Paulo Gama, avenida Osvaldo Aranha e avenida José Bonifácio. A testada da avenida João Pessoa possui 689,42m, avenida Loureiro da Silva 60,68 m, rua Engenheiro Luiz Englert 223,58m, avenida Paulo Gama 223,58 m, rótula entre rua Engenheiro Luiz Englert e avenida Paulo Gama 45,98m, avenida Osvaldo Aranha 930,04 e avenida José Bonifácio 776,36m.


1.4.1. EIXOS, CANTEIROS E FONTE LUMINOSAVoltar p/Topo

A borda do Parque Farroupilha na avenida João Pessoa é marcada por canteiros gramados, afastados 4 m do meio-fio, com 10 m de largura, que se desenvolvem de forma longitudinal ao longo desta avenida, em cujo eixo existe um renque de palmeiras de espécies variadas. Estes canteiros gramados são elevados acima do nível do passeio de saibro, com acabamento de borda arredondada.
Na rua Eng. Luiz Englert identifica-se um renque de Platanus occidentalis(plátanos), plantados no passeio de saibro, afastados 6 m do meio-fio, sendo este considerado um dos mais antigos plantios urbanos de Porto Alegre. Este conjunto forma uma alameda junto com o existente na borda do Campus Central da UFRGS. Esta alameda se estende em linha reta, na continuidade da rua Eng. Luiz Englert, dentro do parque em direção ao auditório Araújo Viana. Nas avenidas Paulo Gama e Osvaldo Aranha até a avenida Setembrina, os canteiros com 2 m de largura, também, se desenvolvem de forma longitudinal, porém possuem meio-fio. Na avenida Paulo Gama, o canteiro fica afastado 2 m do meio-fio e na avenida Osvaldo Aranha fica junto ao meio-fio, face ao antigo alargamento do logradouro. No restante da avenida Osvaldo Aranha, a partir da avenida Osvaldo Aranha até o Mercado do Bom Fim, identifica-se um renque de Peltophorum dubium(canafístula), plantado, no passeio de saibro, afastado 2,50 m do meio-fio. Na avenida José Bonifácio, do mercado até o Monumento Ao Expedicionário, identifica-se a alameda formada por Tipuanas tipu(tipas). Nesta avenida, próximo ao monumento e após o mesmo, até a avenida João Pessoa, deverão ser mantidos os canteiros gramados com 13 m de largura, arborizados com espécies variadas.
Os Eixos Monumental e Transversal e o grande lago são elementos estruturadores iniciais do Parque, implantados em 1935, de acordo com a concepção dos jardins franceses, caracterizados pelo traçado geométrico e simétrico e orientados em torno de um eixo. A rígida distribuição axial dos canteiros gramados e o espelho d’água permitem a visualização do jardim como um todo. Outra característica dos jardins franceses é a densa vegetação lateral, formando pequenos bosques, que limitam o Eixo e reforçam a sua magnitude. Esta vegetação lateral se harmoniza com o conjunto, os recantos, as fontes e os passeios adjacentes, permitindo um certo isolamento e descanso sob áreas sombreadas. O Eixo Monumental se desenvolve do Monumento ao Expedicionário até o estacionamento junto à rótula de confluência das avenidas Paulo Gama e Setembrina e da rua Luiz Englert, sendo seccionado pelo Eixo Transversal, totalizando 508m. O encontro dos dois Eixos é marcado pela Fonte Luminosa, também implantada por ocasião da Exposição de 1935.
No trecho entre o Monumento e a Fonte Luminosa identificam-se quatro longos caminhos de saibro, intercalados por três canteiros gramados. O largo existente no entorno do Monumento tem sua importância reforçada e valorizada através de dois caminhos em forma de alça, que partem do Monumento e se interligam com o passeio central.
No canteiro central, entre a Fonte Luminosa e o estacionamento, existe um espelho d’água com 130 m de comprimento e 15 m de largura. Este espelho d’água foi construído após a Exposição de 1935. Originalmente, o espelho d’água ficava em um nível mais baixo que o passeio do parque, sendo o mesmo circundado por um passeio, que era acessado por pequena escadaria com três degraus em forma de arquibancada. A marcação do eixo era reforçada por oito luminárias de cada lado deste espelho d’água. Os postes de cimento moldado das luminárias ficavam sobre pedestais retangulares revestidos de placas de mármore. As primeiras luminárias possuíam um desenho Art-Decó , sendo, posteriormente, substituídos por três globos.
O espelho d’água, tal como se encontra até hoje, foi remodelado na década de 70. Sua profundidade foi reduzida, sendo eliminados os degraus e as luminárias. O eixo, neste trecho perdeu sua marcação, passando a ter ares de uma grande esplanada, adquirindo características modernas e sua amplitude quebrada por algumas floreiras quadradas junto a sua borda.
Os dois passeios centrais do Eixo Monumental em toda sua extensão (do Monumento à rótula) são ladeados em suas faces mais externas por um renque de palmeiras (Washingtonia robusta) intercaladas com ipês roxos (Tabebuia avellanedae). Nos dois passeios externos a marcação externa é feita por uma densa massa vegetal.
O Eixo Transversal, com extensão de 280 m, se desenvolve do grande Lago até o Auditório Araújo Viana. Este Eixo possui um canteiro central gramado de 50 m de largura e é contornado por passeio pavimentado em saibro. Neste canteiro identifica-se um plantio de Thuya occidentalis(tuias) a 15 m das bordas, formando uma alameda central, bem como a marcação feita com mesmo espécie nos canteiros existentes nas duas extremidades do eixo transversal. O Eixo Trnasversal encontra-se com o passeio que faz o contorno do grande lago, formando um largo que é um contraponto do Auditório.
Também, fica identificado o maciço de eucaliptos, destacando-se o Eucaliptus citriodora(eucalipto citriodora), localizado entre o Jardim Alpino e o Eixo Transversal.


1.4.2. MONUMENTO AO EXPEDICIONÁRIOVoltar p/Topo

O Monumento Ao Expedicionário, localizado na avenida José Bonifácio em frente à rua Santana, é o resultado do concurso promovido em 1946 pelo jornal Correio do Povo em memória aos combatentes da Força Expedicionária Brasileira que participaram da Segunda Guerra Mundial.
Este Monumento, de autoria do escultor Antônio Caringi, possui a forma de um arco do triunfo com dois vãos, revestido de granito rosa, de linhas e marcações retas e com três painéis, também em granito, esculpidos em alto relevo. Estes painéis estão fixados um na coluna central com frente para avenida José Bonifácio e os outros dois nas laterais, representando respectivamente a Deusa da Vitória e os combatentes da Força Expedicionária Brasileira. Próximo à fachada voltada para o Parque, entre os arcos, sobre um bloco de granito, existe a figura que representa a Deusa da Guerra. Estas figuras apresentam características do estilo Art-Déco, com predomínio de linhas retas, formas geométricas simples e volumes pouco rebuscados.


1.4.3. LAGO, ILHA, MIRANTE COBERTO, ANCORADOURO E ANTIGO EMBARCADOUROVoltar p/Topo

O lago existente no Parque possui traçado e tratamento paisagístico com características orgânicas, observando os preceitos dos jardins ingleses, que eliminam os traçados retilíneos e impõem um estilo mais solto, utilizando a linha curva como a linha mestra por excelência. O passeio em saibro que contorna o lago observa em todo seu percurso uma dimensão média de 6,00 m. A borda do lago é demarcada por pedras roliças e contém bancos de granito dispostos em pequenos estares. A vegetação da borda é principalmente nativa e de beira d’água, como corticeiras, maricás, ingazeiros e aroeiras, porém destacam-se no seu entorno uma espécie exótica através de exemplares de Cupressus sempervirens, o cipreste dos jardins italianos, o cipreste da literatura. Esta vegetação por sua forma majestosa , ereta e coloração verde intensa empresta ao parque um certo aspecto da paisagem européia mediterrânea. Na borda do lago, a sudeste do Eixo Transversal, existe um ancoradouro protegido por muretas de alvenaria e pedras roliças, adornada com vasos de cimento. Neste ancoradouro encontra-se um estar com bancos de granito, do qual partem degraus que propiciam acesso ao lago.
No entorno do grande lago identificam-se outros dois recantos significativos, implantados por ocasião da Exposição de 1935: a ilha e o antigo Embarcadouro. Estes recantos foram construídos com características Art Déco, utilizando predominantemente volumes e formas geométricas simples e com frisos longitudinais retilíneos. A ilha foi restaurada em 2000 e passou a abrigar o serviço de aluguel de pedalinhos. Neste recanto identifica-se também a ponte de acesso e o mirante coberto. Este mirante é composto por uma laje de concreto com pilar central, do tipo laje-cogumelo, em formato de sombreiro invertido, implantado sobre um patamar mais elevado. Este patamar é formado por três semicírculos dispostos em torno das faces de um retângulo, sendo que na face restante situa-se a escadaria de acesso em forma de arco, com degraus em granilha rosa. No semicírculo frontal da escadaria está localizada a base da estrutura, em torno da qual existe um banco de madeira cujas peças foram cortadas de maneira a manter a forma arredondada. Esta cobertura possui a forma de taça com dois círculos de tamanhos variados, apoiados na parte central onde, em sua borda, existe uma chapa de ferro chata fixada com um pequeno afastamento acima da laje. O revestimento interno das muretas é de cimento alisado. Externamente, o revestimento é de cimento salpicado e o acabamento superior em concreto (peitoril) é utilizado como banco, protegido por guarda-corpo metálico. O guarda-corpo feito de tubos e barras de ferro acompanha todo o contorno do mirante, observando as linhas retas e simétricas da construção Art-Déco. O piso do mirante é de ladrilho hidráulico preto e branco, sendo que no corpo central os ladrilhos são originais. Neste piso existe um alçapão que permite acesso ao porão que abriga um tanque de água e dois motores, um que impulsiona o chafariz do lago e outro que movimenta a água para a cascata. Esta cascata está localizada no lado oposto do acesso e é formada de pedras roliças por onde escorre a água acumulada no tanque existente no porão. A ponte que dá acesso à Ilha possui guarda-corpo de alvenaria rebocada, com linhas retas, cujo peitoril tem as extremidades arqueadas sobre pedras roliças similares aos acabamentos das bordas do lago.
O prédio antigo do Embarcadouro e Bicicletário foi restaurado e transformado em café, inaugurado em novembro de 2001. Esta edificação possui formato bastante peculiar de uma cunha com as arestas arredondadas, lembrando o convés de um navio, uma característica da arquitetura Déco. A ponta estreita avança sobre o lago e, no lado oposto, no eixo e junto à base da cunha, situa-se um semicírculo, antiga bilheteria do Embarcadouro. No lado externo do semicírculo, acompanhando o seu contorno, existe um banco de madeira semelhante aos encontrados nos convés, cujas peças foram cortadas de maneira a manter a forma arredondada. Na área interna, ao longo dos peitoris e entre os pilares, existiam dois bancos de cada lado similares ao externo. Na restauração foram executados somente um de cada lado, face à funcionalidade do café. O acesso a esta edificação ocorre pelos dois lados junto a este semicírculo. A cobertura é em laje de concreto armado, impermeabilizada e revestida com lajota cerâmica. Esta cobertura possui um beiral plano, que acompanha o desenho da edificação, e é sustentada por pilares retangulares amarrados entre si por vigas. Na borda da laje existe uma barra de ferro chato, semelhante ao acabamento do Mirante da Ilha. Sobre a cobertura na área do semicírculo existe um volume circular com diferentes níveis, que, junto com os frisos da fachada, reforça a linguagem náutica da edificação. O projeto de restauração removeu as esquadrias basculantes, colocadas pelo permissionário anterior, substituindo-as por painéis de vidro temperado, visando retomar as características originais do prédio e permitir um melhor aproveitamento do local. Internamente, foi construído um sanitário, cuja estrutura é completamente independente da construção original, sendo totalmente reversível, bem como a cozinha, área de serviço da cafeteria e o deque, de madeira sobre o Lago, na parte externa.
As pavimentações externas e internas são de lajota de arenito vermelho, respeitando a pavimentação original. O tratamento externo do lago, próximo à edificação, foi totalmente diferenciado do restante, com características de cais, em pavimentação de arenito até a borda. Esta área se desenvolve de forma aproximadamente simétrica nos dois lados da edificação, sendo que a borda do lago apresenta o mesmo desenho da base do café e cujo limite externo é um arco de elipse com corda de 41 m e flecha de 25,50 m. Nas extremidades desta área existem duas lajes de concreto armado com formato de guarda-sol que ao redor de suas bases possuem bancos semelhantes aos da edificação e do sombreiro da Ilha. Na borda do lago foram colocados guarda-corpos de tubos de ferro galvanizados, observando a linguagem náutica já existente nesta área e na Ilha, sendo que o espaço imediato ao Café foi cercado e reservado para uma área de estar com mesas.


1.4.4. PARQUE PAULO GAMAVoltar p/Topo

O Parque Paulo Gama foi a primeira área urbanizada do Parque Farroupilha, em 1927. Localizado na extremidade noroeste, entre a avenida João Pessoa e rua Luiz Englert, possui um jardim circular, cujos canteiros desenvolvem-se em torno da fonte conhecida como “O Menino com a Cornucópia”. Os canteiros deste recanto possuem a forma de uma rosácea, implantados em uma clareira em meio a um bosque, nos moldes dos pequenos jardins franceses. Junto a avenida João Pessoa existe um lago de formato irregular, com as bordas delimitadas por pedras roliças, possuindo duas pequenas ilhas, um chafariz e uma ponte rústica, com guarda-corpo de cimento imitando galhos e troncos. O piso da ponte e os bancos são feitos com blocos de granito. Existe ali, também, uma cascatinha artificial desativada. Os elementos deste recanto são típicos dos jardins pitorescos. O recanto possui uma estátua de bronze conhecida como “Gaúcho Oriental”, doada à cidade pela República Oriental do Uruguai.


1.4.5. ESTÁDIO RAMIRO SOUTOVoltar p/Topo

O Estádio Ramiro Souto foi implantado em 1939 como suporte esportivo para a Escola de Cadetes, no quadrante sudeste do Parque, vértice das Avenidas Osvaldo Aranha e José Bonifácio. Esta área esportiva é considerada como referência para o desenvolvimento das práticas. esportivas de Porto Alegre, sendo fundamental a preservação de seu uso(atividade) e da pista de atletismo e a restauração dos dois pórticos de acesso ao Estádio, um na avenida Osvaldo Aranha e outro no interior do parque próximo ao Chafariz de Ferro.


1.4.6. RECANTO ALPINOVoltar p/Topo

Este Recanto está localizado no quadrante sudoeste em relação aos Eixos Monumental e Transversal, entre o lago e os referidos eixos. O Prefeito Loureiro da Silva assim o descreveu:
“Este jardim ocupando a área de 4347 m2 do parque, foi iniciado em junho e terminado em agosto de 1941. Constante de um pequeno abrigo de pedra, fontes, pérgolas, bancos, colunas, pontes, caminhos rústicos, passeios romanos e pedra irregular, constitue este jardim um atrativo pelo seu aspecto original e pelo descanso que proporciona aos visitantes do parque.” (SILVA, 1943:115).
A pequena edificação rústica construída em pedra roliça encontra-se na área mais alta do parque, sendo que esta elevação foi moldada com aterro proveniente da implantação da avenida Protásio Alves entre as ruas Lucas de Oliveira e Eça de Queiroz. Nesta edificação existe elementos de cimento imitando trepadeiras que se entrelaçam com as pedras da parede e a cobertura, reforçando a idéia de um jardim pitoresco.


1.4.7. RECANTO SOLARVoltar p/Topo

O Recanto Solar é um espaço circular, localizado no quadrante nordeste em relação aos Eixos Monumental e Transversal entre o Recanto Oriental e a avenida Osvaldo Aranha. No centro deste recanto existe uma rosa dos ventos, pavimentada em pedra portuguesa, cujos pontos cardeais são demarcados por esferas de concreto. Ao redor da rosa dos ventos existe um canteiro de 6 m de largura e, mais externamente, um passeio em saibro com 4 m de largura. Neste passeio existem dezesseis bancos de granito. Este recanto nunca foi concluído, pois a proposta inicial previa a implantação de um relógio solar no centro do círculo.


1.4.8. RECANTO ORIENTALVoltar p/Topo

O Recanto Oriental está localizado no quadrante nordeste em relação aos Eixos Monumental e Transversal do Parque, possuindo uma área total de 6.360 m2. Os elementos construídos que configuram este Recanto constituem-se de trinta e dois bancos, cujos apoios são em forma de dragão, uma lanterna grande baixa, dois leões, um vulcão, um pórtico de entrada, todos moldados em cimento. Existem, ainda, dez postes de iluminação em concreto e madeira com lanternas leves no topo, um lago em formato de dragão, com bordas definidas por pedras irregulares aparentes rejuntadas em cimento, duas pontes curvas de alvenaria sobre o lago e um pagode, com características chinesas, também de alvenaria, que abriga uma estátua de Buda em cimento moldado. O embasamento do pagode possui planta retangular, medindo 6,85 x 7,40 m, em alvenaria de pedras regulares aparentes em quatro fiadas, rejuntadas com cimento, sobre a qual desenvolve-se um peitoril baixo em cimento moldado. Na parte frontal, aposta à planta retangular do pagode, existe uma escada em quatro lances, medindo 2,40 m de largura, que dá acesso ao piso elevado, com acabamento em cimento alisado, desenhado em motivos geométricos nas cores branco, vermelho terra e bege. No centro deste piso está implantada a estátua de Buda sobre base quadrangular ornamentada. Em torno da estátua encontra-se a estrutura da cobertura do pagode, composta por doze pilares de concreto em seção circular, diâmetro de 25 cm, dispostos em planta quadrada e contraventados por quatro vigas de concreto, seção 10 cm x 18 cm. Sobre esta estrutura existe a cobertura do pagode, composta por quatro vigas assentadas nos referidos pilares, beiral em superfície curva com ornamentos nas extremidades, medindo entre 36 cm e 65 cm de altura e 5,10 m x 5,10 m de projeção horizontal, telhas de zinco tipo ondulada pintadas de verde e pináculo central na mesma cor. A feição de todos os elementos, detalhes e ornamentos acima descritos obedece o desenho baseado em motivos orientais, dando assim caracterização adequada para a ambientação deste Recanto.


1.4.9. RECANTO EUROPEUVoltar p/Topo

O Recanto Europeu está localizado no quadrante sudeste em relação aos Eixos Monumental e Transversal do Parque, totalizando 3.630 m2. Este recanto é constituído por três conjuntos de pergolados. A pérgola principal é constituída por duas outras, apoiadas sobre pilares retangulares de alvenaria de tijolos maciços. Estes dois pergolados são unidos por uma estrutura coberta coroada por uma platibanda, constituindo um pórtico, medindo 4,60 m x10 m a colunata do bloco central, 3,65 m x13,30 m a colunata da pérgola maior e 3,65 m x13,70 m da pérgola menor. Na fachada interna onde se desenvolve o jardim principal do recanto, a escada com quatro degraus de acesso ao pórtico é encimada por um frontão triangular cuja superfície do tímpano é lisa. Ao lado das colunas que sustentam o frontão existem dois vasos de cimento com acabamento em óxido vermelho, ressaltando o acesso. Toda esta estrutura central é sustentada por colunas estilo toscanas. Na fachada externa ao jardim, de fundos do recanto e de frente para o Eixo Transversal do Parque, a marcação central é feita por colunas duplas. Nesta área, o pavimento do pergolado avança formando um pequeno terraço protegido por uma balaustrada composta por elementos retangulares vazados, executados em concreto com marcações dos eixos e diagonais. O acesso a este terraço ocorre por duas escadas laterais à balaustrada. Esta pérgola é pavimentada em toda sua extensão com cimento alisado, desenhado com motivos geométricos nas cores branco (acabamento de argamassa com pó de mármore branco) e vermelho (acabamento de argamassa com óxido vermelho). Nas duas extremidades da pérgola existem escadas com quatro degraus, marcadas por vasos de cimento com carrancas com acabamento em óxido vermelho, colocados sobre pedestais no patamar superior. No total existem oito vasos de cimento, sendo que seis fazem a marcação do pórtico e dos acessos laterais do pérgolado principal e os outros dois dos vértices centrais dos canteiros lindeiros ao Eixo Monumental. Neste passeio existem outros dois vasos de ferro fundido, marcando o vértice central dos dois últimos canteiros do recanto que observam o formato arredondado deste recanto. Os outros dois pergolados são semelhantes entre si, sendo sustentados por pilares de granito em seção circular chanfrada na parte interna, com base, fuste e sem capitel. A colunata destas pérgolas medem 4 m x 11,90 m e 4 m x 9,65 m. O piso existente em ambas é de saibro. A pérgola principal está implantada paralela e próxima ao Eixo Transversal. O jardim deste Recanto guarda uma certa simetria em relação ao eixo da pérgola principal, possuindo seu ponto focal no canteiro central, que tem a forma de “U”. A parte interna deste canteiro, pavimentada com saibro, fica em um nível inferior do restante, sendo acessível somente através de uma escada de três degraus de granito ladeados por floreiras retangulares executadas com blocos de pedra granítica com plantio de Buxus sempervirens. Este canteiro é talude gramado e possui uma bordadura de flores anuais de aproximadamente de 50 cm de largura em todo seu contorno interno e externo. As outras duas pérgolas são alinhadas com as extremidades da principal, paralelas à mesma, porém afastadas em 20,70 m e perpendiculares ao canteiro central. Estes pergolados marcam acessos secundários do Recanto e do Eixo Transversal, servindo como elo de ligação entre o jardim e a clareira com o restante do Parque. A forma deste canteiro (“U”) se repete no contorno do Recanto. Este contorno é reforçado na testada leste por blocos de granito semelhantes aos utilizados na estrutura das pérgolas secundárias. Os demais canteiros são totalmente gramados e possuem formatos variados, observando de certa maneira os preceitos dos jardins franceses, com traçado geométrico e simétrico. Os vértices dos canteiros são marcados pelo plantio de Buxus sempervirens. Este recanto possui oito bancos em cimento moldado, tendo seus apoios em forma de figura de felino.

1.4.10. CHAFARIZ DE FERROVoltar p/Topo

Inicialmente, o Chafariz de Ferro de origem francesa, adquirido pela comunidade em 1884, foi instalado em frente ao Mercado Público, em uma pequena área circular cercada. Posteriormente, esta área foi remodelada e denominada praça Quinze de Novembro, sendo retirado o gradil que o protegia. Este Chafariz foi transferido para a Praça Pereira Parobé em 1926, face à remodelação da área central e o aterro da antiga doca das frutas ao lado Mercado Público. Em 1941, após a enchente que destruiu a praça Pereira Parobé, o Chafariz foi remontado no Parque Farroupilha entre o Estádio Ramiro Souto e o Recanto Europeu. O jardim circular que abriga o Chafariz é circundado por palmeiras Washingtonia robusta (palmeira da Califórnia). O espelho d’água, também circular, tem seu perímetro definido por oito pilastras com carrancas interligadas por arcos. O sistema das águas do chafariz está interligado com quatro conchas que deságuam em outro espelho d’água em um nível mais baixo. A travessia deste espelho d’água é feita por oito pontilhões de concreto, sendo quatro contínuos e quatro com travessões. Os canteiros com bordadura e flores possuem meio-fio de concreto. Os passeios internos do jardim são pavimentados com pedra portuguesa rosa com margem de 20 cm em pedra portuguesa preta. Existem quatro escadas com cinco degraus que permitem acesso ao patamar mais elevado do Recanto, que circunda o Chafariz. Neste Recanto existem quatorze bancos de concreto, sem encosto e com ornamentos.


1.4.11. POSTINHOVoltar p/Topo

A pequena edificação, conhecida como “Postinho”, localizada junto ao estacionamento e a rótula de confluência das avenidas Paulo da Gama e Setembrina e da rua Luiz Englert, foi construída, posterior a Exposição de 1935,. para abrigar um posto policial. Esta edificação possui características Art-Déco com a planta em forma circular e com um compartimento retangular com acesso independente incrustado no corpo principal. A fachada apresenta marcações horizontais, molduras, no final das fundações de pedra granítica, na altura dos peitoris e no início e final da platibanda. A cobertura é em laje de concreto armado, impermeabilizada e revestida com lajota cerâmica. As sete esquadrias, que acompanham o contorno do prédio, são basculantes de ferro. As portas de acesso à edificação e ao compartimento retangular são metálicas, sendo que a principal, na metade superior, possui caixilhos com vidro e uma pequena portinhola. O volume retangular incrustado também se sobressai na fachada acima da platibanda da cobertura do volume principal. Existem dois óculos de forma circular no volume retangular, um de cada lado, e destinados à ventilação. Na platibanda do volume principal existe um pequeno óculo circular e no volume retangular um elemento de concreto em forma de alça preso na moldura de acabamento da platibanda.


1.4.12. AUTINHOS ANTIGOSVoltar p/Topo

Os “autinhos antigos” foram instalados em 1952 no parque de diversões do Parque Farroupilha. Estes autinhos são réplicas do Austin produzidos pela Austin Motors Company de 1950 a 1971 onde foram produzidos 32 100 autinhos(GARDINER; O’NEIL,1996). No Rio Grande do Sul, além deste conjunto funcionando no parque Farroupilha existem alguns poucos individuais em mãos de colecionadores, sendo que constam somente cinco unidades cadastradas no Veteran Car Club do Brasil – seção Rio Grande do Sul.


1.4.13. AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNAVoltar p/Topo

O Auditório Araújo Viana está localizado na extremidade nordeste do Eixo Transversal do parque, sendo que seu acesso principal é pela avenida Osvaldo Aranha. O acesso é marcado por uma passarela de concreto revestido com ladrilho quadriculado branco, que se desenvolve desde o pórtico do auditório até o passeio da avenida Osvaldo Aranha. Nas laterais desta passarela existem dois espelhos d’água retangulares e de dimensões desiguais, sendo que no centro do maior existe um estar pavimentado com o mesmo material da passarela. O acesso a este estar é feito através de uma passarela perpendicular a principal, pavimentada com basalto em um nível inferior. No lado oposto a este estar há um alargamento da passarela principal com um outro estar. Este largo se interliga com caminhos e estares no entorno do espelho d’água, complementados por monumentos que homenageiam compositores Carlos Gomes, Chopin e Beethoven.
Também, observa-se floreiras e canteiros gramados marcados por linhas retas como as passarelas. Estes elementos, passarela, estares, canteiros floreiras e espelho d’água, reforçam amplitude deste espaço, dando a idéia de uma grande esplanada.
O Auditório Araújo Vianna foi inaugurado como auditório ao ar livre em forma de ferradura, com capacidade para 4.500 pessoas (projeto original), dotado de concha acústica poliédrica em concreto armado. Um conjunto de septos verticais em alvenaria de tijolos à vista assegura proteção aos ruídos externos e funciona também como delimitador do espaço interno/externo. Sobre ele assenta-se um anel de concreto com formato interno circular (diâmetro de 52 m) e externo ovalado a que se integra uma torre de 24 m de altura como elemento contraponto, disposta no prolongamento de um dos eixos de composição do Parque.
“Dada à curva de visibilidade da platéia e à impossibilidade de escavação, foi realizado um aterro, tratado como elevação natural do terreno, criando uma paisagem artificial que assegurava ao complexo original um assentamento bastante harmonioso.” (Xavier & Mizoguchi, 1987) Internamente, cabe destacar o pé-direito duplo proporcionado pela disposição da circulação superior em mezanino, o piso de parquet existente em todos os compartimentos de circulação e atividades-fim (vestíbulo, direção, sala de ensaios, camarins e mezanino) e a escada metálica helicoidal, ligando o mezanino ao setor de camarins.
De uma maneira geral, o conjunto encontra-se em mau estado de conservação. Em vistorias realizadas pela SMAM e EPAHC foram levantados os seguintes problemas:
- Queda do revestimento de tijolos à vista das paredes.
- Mutilação da base da torre de iluminação pela implantação inadequada da estrutura espacial metálica da cobertura sobre a laje de concreto.
- Queda do revestimento de pastilhas no pórtico de entrada e em trechos isolados do prédio.
- Trechos externos de tijolos à vista pintados em tinta cerâmica, descaracterizando a feição original.
- Degradação dos tijolos à vista e laje de cobertura por infiltração da rede hidrossanitária e por umidade ascendente e descendente.
- Pichações generalizadas nas elevações externas do prédio.
- Mau estado da impermeabilização do anel superior em concreto.
- Falta de escoamento pluvial adequado no interior (fosso da orquestra) e exterior do Auditório.
- Elementos do paisagismo externo (pavimentações, espelhos d’água, bustos, canteiros, gramado, taludes, etc.) em precário estado de conservação.
- Aparelhos individuais e nichos de ar condicionado causando interferência visual nas fachadas.
- Pavimentações internas de parquet e granitina em mau estado de conservação.
- Aplicação indevida de azulejos no revestimento da borda do palco.
- Descaracterização das luminárias originais.
- Construção de bilheterias que descaracterizam a entrada principal da platéia.
- Implantação de estacionamento junto ao prédio, descaracterizando o grande canteiro em talude gramado ao redor do prédio.
- Descaracterização do talude existente junto à fachada principal, criando uma trincheira e deixando desprotegida a base da edificação.
- Ausência de sistema de proteção contra descargas atmosféricas.


1.4.14. MONUMENTOSVoltar p/Topo

Além dos monumentos já descritos, existem no Parque Farroupilha, os listados a seguir:
- Monumento oferecido em homenagem ao Centenário da Revolução Farroupilha pela Colônia Libanesa
- Monumento oferecido em homenagem ao Centenário da Revolução Farroupilha pela Colônia Israelita
- Padre Cacique
- Almirante Tamandaré
- Duque de Caxias
- Santos Dumond
- Marechal Mascarenha de Moraes
- Alberto Bins
- Annes Dias
- Assis Brasil
- Coluna Jônica
- Escultura Abstrata
- Marco da Exposição do Centenário da Revolução Farroupilha
- Brochado da Rocha
- Jaime da Costa Pareira
- John Wesley
- José Bonifácio
- Licínio Cardoso
- Luiz Vaz de Camões
- Clemente Pinto
- Luiz Englert
- Samuel Hahnemann
- Frades de arenito
- Vasos de cimento moldado (03)
- Marco evocativo de Sesquicentenário da Revolução Farroupilha
- Contra o uso de armas de brinquedo
- Homenagem aos mortos em combate ao comunismo


1.5. ESTADO DE CONSERVAÇÃO ATUAL DO PARQUEVoltar p/Topo

De uma maneira geral, o conjunto encontra-se em bom estado de conservação. Em vistorias realizadas pela SMAM e EPAHC foram levantados os seguintes problemas:
- A rede de drenagem se encontra comprometida e subdimensionada para atender as atuais demandas. Isto ocasiona erosão e o acúmulo de água, o que dificulta a manutenção dos passeios , canteiros e a vegetação do Parque, bem como a preservação das edificações pelo excesso de umidade. Além disso, o acúmulo de água e a umidade favorecem a procriação de insetos e tornam o ambiente insalubre.
- A rede de distribuição elétrica está desgastada e as subestações estão subdimensionadas, gerando gastos desnecessários e não oferecendo segurança ao sistema em geral.
- Não existe padronização das luminárias.
- Não existe sinalização indicativa, educativa e restritiva.
- O excesso de eventos no Parque ocasionam a degradação dos gramados, passeios, pavimentos em geral, que aliados a falta de fiscalização faz com que áreas do mesmo sejam utilizadas como estacionamento de veículos como é o caso do quarteirão compreendido pelas avenidas Paulo Gama, Osvaldo de Aranha e Setembrina. Esta área, as vezes, também é utilizada quando ocorrem eventos no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
- A área do Parque, também, é usada de forma irregular para de estacionamento quando ocorrem grandes eventos no Auditório Araújo Viana. Nestes casos o local de usado se estende pela avenida Osvaldo Aranha a partir da avenida Setembrina, interior do Estádio Ramiro Souto e gramados e taludes do entorno do próprio Auditório.
- As interferências externas e o uso intenso do Parque deram início a uma série de trilhas, novos caminhos e desgaste dos canteiros em geral, prejudicando o traçado original e a manutenção do mesmo.
- O Parque Farroupilha é o parque com maior afluência de público da cidade, por conseqüência acaba atraindo grande número de prestadores de serviço e ambulantes todos irregulares.
- A área de maior circulação de pessoas no Parque em todas épocas, estações, situações climáticas e horários é a dos Eixos. Esta apresenta desgastes e descontinuidade dos pisos, alguns pontos se encontram totalmente deteriorados. Destaca-se a pavimentação no entorno do espelho d’água e da Fonte Luminosa.
- O Monumento Ao Expedicionário apresenta problemas em relação aos blocos de granito e nos elementos de bronze.
- O Ancoradouro se encontra em estágio avançado de degradação com o piso, completamente quebrado pela ação do tempo e das raízes da vegetação de porte do entorno. A balaustrada está parcialmente destruída, bem como os degraus de acesso ao lago. O vaso decorativo apresenta rachaduras e os bancos de granito foram removidos.
- As pedras roliças que fazem acabamento da borda do lago estão se soltando e apresentam falhas na sua composição, permitindo o assoreamento das margens.
- Os detalhes de cimento do “Jardim Pitoresco”, do Parque Paulo da Gama estão desgastados, ocasionando desagregação do material, fazendo com que gradativamente se perca a referência dos elementos construtivos deste jardim.
- As fontes do “Jardim Pitoresco” e do Recanto Alpino estão desativadas.
- O ponteiro do relógio solar do Recanto Solar nunca foi instalado.
- A cobertura do Recanto Oriental apresenta fissuras, acarretando infiltrações, e o lago, face o deslocamento das pedras da borda, apresenta assoreamento das margens.
- O Estádio Ramiro Souto apresenta problemas na manutenção dos seus equipamentos esportivos.
- Vários monumentos descritos e listados se encontram totalmente desfigurados ou em estado de conservação bastante precária.


1.6. RECOMENDAÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO PARQUEVoltar p/Topo

Com base na avaliação realizada dos espaços, visando a Descrição do Objeto de Tombamento, seguem as principais recomendações para garantir um bom estado de conservação do parque:


1.6.1. RECOMENDAÇÕES GERAISVoltar p/Topo

- Projeto global e execução de drenagem do Parque.
- Elaboração de projeto paisagístico global do Parque, observando a proposta formal original.
- Projeto luminotécnico global e redimensionamento das subestações do Parque.
- Projeto de sinalização global do Parque.
- Confecção de moldes de todos os tipos de bancos e vasos de cimento existentes no Parque.
- Plantio de acordo com projeto paisagístico e remoção das mudas de propagação espontânea.
- Deverá ser realizado estudo para tratamento adequado das água das fontes , visando a integridade dos equipamentos e os aspectos sanitários da mesma.
- Restauração do quarteirão formado pelas avenidas Paulo Gama, Osvaldo Aranha e Setembrina(passeios, canteiros, vegetação, iluminação e monumentos), englobando o Instituto de Educação General Flores da Cunha.
- Fiscalização efetiva dos serviços prestados pelos permissionários e da manutenção dos espaços utilizados pelos mesmos.
- Reestudo da distribuição dos pontos de localização dos ambulantes e prestadores de serviço fixos licenciados para exercício destas atividades no parque.
- Uniformização dos equipamentos e vestuário utilizados pelos ambulantes e prestadores de serviço fixo licenciados.
- Fiscalização efetiva do serviços prestados pelos ambulantes e prestadores de serviço fixos e da manutenção da limpeza no entorno de seu equipamento e coleta dos resíduos e invólucros que envolvem os produtos de sua comercialização.
- Proibir o estacionamento de ônibus e caminhões no entorno do Parque.
- A circulação de veículos, inclusive oficiais, no interior deverá ser restringida ao máximo e somente poderá ocorrer com autorização expressa do administrador do Parque.


1.6.2. EIXO MONUMENTALVoltar p/Topo

- Restauração do Eixo Monumental.
- Recuperação e manutenção dos canteiros centrais gramados, situados entre o Monumento Ao Expedicionário e o estacionamento, sendo que deverão ser removidos os vegetais de porte existentes no mesmo, que interferem na visualização deste eixo.
- Remoção das casuarinas existentes entre as palmeiras da califórnia(Washingtonia robusta), visando a valorização e a marcação uniforme deste espaço.
- Estudo das várias pavimentações que compõe este eixo desde o monumento Ao Expedicionário até o estacionamento, recompondo a unidade formal.
- Recomposição do espelho d’água, resgatando a proposta paisagística anterior, com a marcação do Eixo Monumental através de postes de iluminação e remoção das floreiras quadrangulares de concreto.
- Recuperação dos motores e revisão geral das instalações elétricas do sistema de iluminação da Fonte Luminosa.


1.6.3. EIXO TRANSVERSALVoltar p/Topo

- Restauração do Eixo Transversal.
- Recomposição do largo existente, junto ao lago, localizado na extremidade oeste do eixo transversal.
- Recuperação do canteiro central gramado no trecho entre o lago e a Fonte Luminosa, resgatando duas fileiras de tuias existentes no seu interior, procurando utilizar indivíduos da família Cupressaceae de pequeno porte com altura em torno de 3 m.
- Remoção das agaves existentes no meio do canteiro central gramado no trecho entre a Fonte Luminosa e o Auditório Araújo Viana e dos vegetais que não fazem parte do conjunto de Thuyas occidentalis, liberando a visual deste eixo.


1.6.4. MONUMENTO AO EXPEDICIONÁRIOVoltar p/Topo

- Restauro do Monumento Ao Expedicionário, com rigoroso caráter técnico e acompanhamento de profissional químico, com devida a avaliação da situação geral dos blocos de granito do monumento, pedestal da estátua e pira da pátria(fissuras, manchas, desagregação do material).
- Impermeabilização da laje de cobertura e saneamento da umidade verificada no interior do monumento.
- Restauro da estátua de bronze (Deusa da Guerra) e das placas comemorativas com a revisão na fixação destes elementos, bem como de todos elementos em pedra.
- Recuperação da pavimentação em pedra portuguesa no entorno do Monumento.


1.6.5. LAGO, ILHA, ANCORADOURO E ANTIGO EMBARCADOUROVoltar p/Topo

- Restauração do ancoradouro e das bordas do lago, recomposição das pedras roliças que marcam seu contorno e dos passeios, avaliação da vegetação ribeirinha (estado fitossanitário).
- Fiscalização efetiva dos serviços prestado pelos permissionários e da manutenção dos espaços externos e internos utilizados pelos mesmos.


1.6.6. PARQUE PAULO GAMAVoltar p/Topo

- Restauração do ”Jardim Pitoresco”, lago, pontes, guarda-corpos, bancos e fonte.
- Avaliação da vegetação de todo o Parque Paulo da Gama, visando a melhora na insolação e na segurança deste espaço.


1.6.7. RECANTO ALPINOVoltar p/Topo

- Restauração da fonte, dos caminhos e acessos.
- Avaliação da vegetação, visando melhor insolação e segurança deste Recanto.


1.6.8. RECANTO SOLARVoltar p/Topo

- Implantação de relógio solar.


1.6.9. RECANTO ORIENTALVoltar p/Topo

- Restauração da cobertura do pagode e do lago.
- Avaliação da vegetação existente e liberação das visuais.
- Projeto paisagístico (caminhos, bancos, jardins e iluminação).
- Drenagem.


1.6.10. RECANTO EUROPEU E CHAFARIZ DE FERROVoltar p/Topo

- Avaliação dos acessos e a integração do Recanto Europeu com o do Chafariz de Ferro.
- Avaliação da vegetação do entorno do Recanto Europeu, principalmente, das Ficus benjaminas que impedem a visualização dos blocos de granito que fazem a marcação externa do mesmo e formam uma barreira visual e física ente os dois recantos.
- Avaliação da vegetação, visando, também, a insolação, redução da umidade e a segurança.
- Recomposição das palmeiras que fazem a marcação externa do Chafariz.
- Drenagem.


1.6.11. ESTÁDIO RAMIRO SOUTOVoltar p/Topo

- Projeto global de paisagismo, recuperação e ordenamento do Estádio Ramiro Souto com a reorganização das quadras esportivas, da área das canchas de bocha e dos jogo de mesa e redimensionamento dos equipamentos de apoio da área esportiva(vestiários, depósitos e salas de atividades múltiplas).
- Restauração dos acessos(pórticos).
- Recuperação pista e campo de atletismo.
- Demolição das pequenas construções e edículas, que não integrem o projeto global do estádio esportivo.


1.6.12. POSTINHOVoltar p/Topo

- Manter a edificação em uso com atividade compatível, evitando que fique abandonada.


1.6.13. MONUMENTOSVoltar p/Topo

Deverá ser elaborado:
- Termo de Referência.
- Diagnóstico e resgate histórico
- Restauro


1.6.14. AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNAVoltar p/Topo

- Restauração dos elementos arquitetônicos originais visando uma melhor ambientação interna e externa do Auditório.
- Reproposição de novas bilheterias, com a retirada das existentes, de modo a desobstruir, requalificar e valorizar a entrada principal da platéia.
- Restauração dos tijolos à vista das paredes, com peças e argamassa em feição semelhante à textura original, sem pintura.
- Restauração da base da torre de iluminação, com adequação da estrutura espacial metálica da cobertura sobre a laje de concreto.
- Restauração do revestimento de pastilhas no pórtico e demais trechos na fachada do Auditório.
- Saneamento das infiltrações da rede hidrossanitária e dos problemas de umidade ascendente e/ou descendente existentes.
- Recuperação dos rebocos e pintura geral das paredes rebocadas do prédio.
- Retirada das pichações generalizadas nas elevações externas do prédio.
- Retirada das paredes de tijolo vazado colocados no fechamento dos vãos das paredes externas, substituindo-as por elementos mais leves em metal, de maneira a restituir a permeabilidade original, com maior integração entre espaço interno e externo.
- Reproposição do sistema de climatização do Auditório, com a retirada dos aparelhos individuais e nichos de ar condicionado existentes, que descaracterizam as elevações.
- Refazer a impermeabilização do anel superior de concreto, que hoje apresenta problemas de infiltração.
- Restauração das pavimentações internas de parquet e granitina.
- Revisão e restauração geral das esquadrias.
- Substituição dos azulejos existentes no revestimento da borda do palco por granitina branca, retomando o aspecto do revestimento original.
- Elaboração de projeto luminotécnico com adoção de luminárias mais adequadas à arquitetura original do prédio.
- Restauração dos elementos de paisagismo externo (pavimentações, espelhos d’água, bustos, canteiros, gramado e taludes).
- Adequação do estacionamento de serviço com a restituição do grande canteiro em talude gramado ao redor do prédio.
- Projeto e execução de sistema de proteção contra descargas atmosféricas (Sistema Franklin conjugado ao sistema Faraday).
- Projeto e execução de drenagem e escoamento pluvial no interior e exterior do prédio.
- Adequação do prédio à acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência (PPDs), atendendo a legislação específica e de tombamento.
- Proibição do acesso ao parque de veículos de cargas com mais de 15 de toneladas e/ou mais de dois eixos, visando a preservação dos aspectos estruturais do Auditório em função da trepidação provocada no solo, integridade da arborização e canteiros, e paisagismo da área.
- Deverá ser realizado estudo considerando as condições atuais da edificação (auditório coberto), as avaliações do ambiente interno, das condições de isolamento acústico e a relação do custo x benefício das medidas de adequação propostas. Este estudo visa melhorar o desempenho deste espaço para as atividades a ele destinadas, com relação a comunidade circunvizinha e ao usuário:
- Deverá ser avaliado o ambiente interno do Auditório, com análise dos tempos de reverberação do espaço atual e a indicação das possibilidades de correções a serem implementadas, seja no projeto eletroacústico, na forma e revestimentos da edificação existente, levando em consideração os tipos de atividades nele desenvolvidas e a projeção dos tempos de reverberação ótimos para tais atividades.
- Deverão ser avaliadas as condições da isolamento acústica do Auditório, pelo levantamento das características das edificações e o diagnóstico ambiental apresentando a descrição do clima de ruído na área de influência do projeto - determinado através de medições de níveis equivalentes de pressão sonora (LAeq) para períodos diurno e noturno, em dB (A), coletadas em pontos definidos a partir da identificação de áreas críticas do entorno - e, a partir destes resultados, indicar as possibilidades de correções na isolamento dos materiais componentes da edificação, afim de obter níveis adequados.


1.7. DELIMITAÇÃO DO ENTORNO DO TOMBAMENTOVoltar p/Topo

Fica definido como entorno de tombamento do Parque Farroupilha a área delimitada pelo lado oposto das avenidas Osvaldo Aranha, Venâncio Aires e João Pessoa e a praça Argentina, onde qualquer intervenção deverá ser prévia e devidamente regularizada nos órgãos municipais competentes.


1.8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASVoltar p/Topo

ARIOLI, Magda Satt; RIZZOTTO, Renata. Breve história da arborização da cidade de Porto Alegre. Porto alegre: SMAM, 1996.
BUSKO, Anna Maria Py Daniel ( Coord.). Arquitetura Comemorativa da Exposição do Centenário Farroupilha. Porto Alegre. CORAG. 1999.
EFE,M.A.,MOHR,L.V., BUGONI, L. Guia Ilustrado das Aves dos Parques de Porto Alegre. Porto Alegre: PROAVES, SMAM, COPESUL, CEMAVE, 2001.
EXPOSIÇÃO DO CENTENÁRIO FARROUPILHA. Relatório apresentado pelo comissário geral major Alberto Bins ao Governador do Estado General J. A. Flores da Cunha. Porto Alegre: 1936.
FARIA, L. A. Ubatuba de; Paiva, Edvaldo. Contribuição ao estudo da urbanização de Porto Alegre. Porto Alegre, 193_.
FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1992.
GARDINER, Gordon; O’NEIL, Richard. Toy cars. Hardcover,1996.
MACEDO, F. Riopardense de. Porto Alegre; história de vida da cidade. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1973.
OLIVEIRA, Clóvis Silveira de. A fundação de Porto Alegre. Porto Alegre: Ed. Norma, 1987.
SILVA, José Loureiro da; PAIVA, Edvaldo. Um plano de urbanização. Porto Alegre: Globo, 1943.
XAVIER, Alberto; MIZOGUCHI, Ivan (Org.). Arquitetura moderna em Porto Alegre. São Paulo: PINI, 1987.


Porto Alegre, 23 de agosto de 2002.


Responsáveis técnicos pela instrução:


Clovis Roberto Breda
Engenheiro Agrônomo Parque Farroupilha/SMAM

Renata Salvadori Rizzotto
Arquiteta DPC/SMAM

Helton Estivalet Bello
Arquiteto EPAHC/SMC