Ponte do Guaíba
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Histórico da Travessia Régis Bittencourt
A Ponte do Guaíba, como ficou conhecida a primeira das quatro pontes que compõem a Travessia Régis Bittencourt, foi inaugurada em 28 de dezembro de 1958 e tornou-se um dos símbolos de Porto Alegre e orgulho para os gaúchos. O nome de Bittencourt foi dado em homenagem ao primeiro diretor geral do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Em 1962, o então governador Leonel Brizola rebatizou o trecho como Travessia Getúlio Vargas, o que, embora tenha merecido placa em bronze em um dos pilares e sido adotada pela população, não foi reconhecida oficialmente, por tratar-se de uma obra federal, sobre a qual o Estado nunca teve ingerência. Além da Ponte do Guaíba, compõem a Travessia as pontes Canal Furado Grande, Saco da Alemoa e sobre o rio Jacuí, todas entre Porto Alegre e Eldorado do Sul.O grande diferencial da Ponte é o avanço tecnológico do projeto. Único na América Latina, o inconfundível vão móvel eleva um trecho de pista de 58 metros de extensão (toda a ponte tem 1,1 km) e 400 toneladas de peso a uma altura de 24 metros (cada torre tem 43 metros até a base, sob a água). Este recurso foi utilizado em função do tráfego de petroleiros que subiam o rio Gravataí (ainda sobem, até o terminal da Petrobrás) e, posteriormente, também para a passagem dos navios que se dirigem ao Pólo Petroquímico de Triunfo.
Antes da construção da ponte, a travessia era feita em barcas pertencentes ao Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (DAER), que partiam da Vila Assunção, zona sul da Capital, levando até a margem oposta, na cidade de Guaíba, cerca de 600 veículos e mais de mil pessoas por dia. A viagem demorava pelo menos 20 minutos e ainda outros 40 para as operações de embarque e desembarque.
Em 1953, quando o sistema de barcas já dava sinais de saturação, começou a ser discutida uma nova alternativa para a travessia do Guaíba. Entre as possibilidades, estavam uma ponte a partir da Vila Assunção, uma ponte ou túnel saindo da Ponta da Cadeia (na Usina do Gasômetro) e uma ponte que aproveitasse as ilhas do Guaíba, esta a proposta vencedora.
O projeto foi elaborado na Alemanha e remetido ao Laboratório Dauphinois d'Hidraulique, em Grenoble, na França, à época um dos melhores do mundo em hidráulica. Lá, foi montado um modelo do Delta do Guaíba no chão de um pavilhão medindo 30m por 40m, reproduzindo, inclusive, a inundação de 1941, e os possíveis efeitos de uma nova cheia à Ponte, à cidade de Porto Alegre e regiões insulares.
Foi a maior obra de engenharia feita no país até então e a primeira ponte do Brasil a ser realizada em concreto protendido - que em vez de usar ferros, como o concreto armado, usa aços especiais que comprimem o concreto, permitindo vãos maiores. Por mérito dos projetistas alemães, foi calculado que em 35 anos o movimento exigiria sua duplicação. Foi então construída já com o dobro da capacidade de tráfego, demandando oito anos de trabalho. O Governo Federal liberou os recursos para que o DAER administrasse a obra, cujos trabalhos ficaram a cargo da construtora porto-alegrense Azevedo, Bastian e Castilhos (ABC), ainda hoje em atividade. Foi necessária a mão-de-obra de 3,5 mil trabalhadores.
Passadas mais de quatro décadas, a Travessia Getúlio Vargas teve de ser adaptada a uma nova realidade, com o fluxo de veículos médio de 30 mil veículos ao dia, e com importância estratégica para a consolidação do Mercosul, já que é corredor natural dos produtos entre os vários países que constituem o bloco econômico. Para isso, passou por uma profunda reforma, com a substituição dos cabos, roldanas e motores que promovem o içamento do vão, reforma da fachada, pintura. Falta, ainda, uma nova iluminação. Não aquela natalina, que em 1999 e 2000 encantou a todos ao projetar nas águas do Guaíba o desenho de um imenso veleiro, mas uma permanente, bela e diferenciada, como a própria Ponte, cujo projeto foi realizado pela empresa francesa Cité Luz, que também iluminou o Museu do Louvre, em Paris. A implantação dessa iluminação depende apenas do interesse de parceiros, que queiram ter seu nome associado a um dos mais belos monumentos de engenharia no RS.
Em dezembro de 2007, foi lançado o livro “A Ponte do Guaíba”, em homenagem aos 50 anos de história da ponte. A edição, de 96 páginas, é composta por ensaios voltados aos aspectos histórico, ambiental, cultural−paisagístico e sociológico da ponte, ilustrados com imagens antigas e recentes, estas últimas produzidas no verão e outono de 2007 pelo fotógrafo Eduardo Aigner. Os textos são assinados por Rualdo Menegat, Luiz Antônio Bolcato Custódio, Flávio Kiefer, Alice Dubina Trusz, Rosélia Araújo Vianna e Beatriz Blay, que também assina a edição, contando com a coordenação editorial de Maria Cristina Wolff de Carvalho.
A apresentação da obra é do cineasta Jorge Furtado, que já utilizou a ponte como cenário em três de suas produções. “É a mobilidade da ponte que lhe faz ser única e tão cinematográfica”, diz Furtado.
Foto Ana Fraga
Foto Ana Fraga
Veja o Hot Site em comemoração aos 50 anos da Ponte do Guaíba.
Fonte - Acesse http://www.concepa.com.br/ponte-guaiba.aspwww.concepa.com.br/pontedoguaiba
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