domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Símbolo de Porto Alegre - O LAÇADOR



 Paixão Côrtes em umas de suas atividades como Patrono da 56ª Feira do Livro em Porto Alegre. Foto de Ana Fraga
"O Laçador" e bibliografia de Paixão Côrtes
O Monumento "Laçador" foi criado por Antonio Caringi, inaugurado em 20/09/58, no Largo do Bombeiro, em Porto Alegre - RS, tendo por modelo Paixão Côrtes. Este monumento possui 4,45 metros, e está acentado num pedestal de granito totalizando 6,55 m., e pesa 3,8 toneladas.
João Carlos D'Avila Paixão Côrtes, nasceu em 12/07/1927 em Sant'Ana do Livramento - RS, é Engenheiro Agrônomo, mas tornou-se mundialmente conhecido como estudioso da Tradição Riograndense, com um sem número de trabalhos aprovados em Congressos Tradicionalistas, sendo o maior divulgador de nossa tradição na América do Sul.
Paixão Côrtes iniciou cedo pesquisas do nosso folclore, registrando com gravadores, filmadoras e máquinas fotográficas todo o rico material da cultura do homem campesino gaúcho, pesquisa essa que se estendeu até peças originais de museus como o Louvre de Paris, do Museu do Trajo Português de Lisboa, Museu do Prado de Madri, Museu Militar da Escócia, Victória and Albert de Londres e tantos outros da América do Sul.
Paixão Côrtes é o que podemos chamar de Tradicionalista de Primeira Hora, visto ter sido integrante do "Grupo dos Oito", que fundou o "35 - CTG" em 1.948, que foi o primeiro CTG fundado, originando daí todo o Movimento Tradicionalista do qual fazemos parte com tanto orgulho.
É criador dos símbolos da "Chama Crioula", do "Candeeiro Crioulo" e da "Semana Farroupilha".
Em 1.953, fez nascer o famoso conjunto folclórico "Tropeiros da Tradição", iniciando assim uma nova era profissional na projeção folclórica de nossas danças e temas nativos. Na área discográfica atuou em 7 (sete) long-plays cantando, com os quais recebeu prêmios como, melhor Realização Folclórica Nacional (1.962) e melhor Cantor Masculino do Folclore do Brasil (1.964).
Como comunicador, Paixão Côrtes tem mais de 40 anos de dinâmica atividade, atuando em conceituados programas de rádio Riograndenses, sendo o criador, com Darcy Fagundes do famoso "Grande Rodeio Coringa" em 1.955, programa esse que reformulou a programação gauchesca de auditório do Rio Grande. Paixão Côrtes é responsável também pelo surgimento de "Festa de Galpão"(1.953), "Festança da Querência"(1.958), "Domingo com Paixão Côrtes" e "Querência", estes dois últimos em plena vigência na rádio Guaíba.
Atuou como consultor de costumes e revisor de texto para a televisão e cinema, e como ator encarnou o expressivo Pedro Terra no filme "Um Certo Capitão Rodrigo", dirigido por Anselmo Duarte, baseado no romance "O Tempo e o Vento" de Érico Veríssimo.
Como bailarino e cantor, Paixão Côrtes viajou oito vezes para a Europa, atuando na mais famosa casa de espetáculos européia, no Olímpia de Paris, permanecendo 5 meses na França apresentando nossas danças folclóricas também nos palcos da Universidade de Sorbonne, Teatro Mogador, Prefeitura Parisiense e outras casas noturnas.
Atuou também na Alemanha, na "Feira Mundial de Transportes e Comunicações" em Munique, no "Cassino de Estoril" em Lisboa, e na "Feira Rural de Santarém", em Portugal.
Em 1.986, Paixão Côrtes retornou à Europa, distribuindo na Inglaterra e Escócia sua obra "The Gaúcho, Dances Costumes, Craftsmanship" impresso em inglês. Na BBC de Londres apresentou-se cantando e dançando temas gauchescos, acompanhado pelo conjunto musical "Os Farrapos" (Disco de Ouro / 1.988).
Foi conferencista no Arquipélago Açoriano Português em intercâmbio cultural entre "Ilhéus" e "Gaúchos".
Cabe ressaltar que Paixão Côrtes não está vinculado a nenhuma instituição governamental, quer Municipal, Estadual ou Federal, nem recebe qualquer subvenção de qualquer órgão internacional.
Quis a história que se fizesse justiça a esse gigante do tradicionalismo, eternizando sua figura no bronze do "Laçador" do qual foi modelo para o escultor Antonio Caringi, em 1.954, imagem esta escolhida como símbolo de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.
ALGUMAS OBRAS EDITADAS PELO AUTOR:
- Festança na Querência - 1959
- Terno de Reis - Cantiga do Natal Gaúcho - 1960
- Folclore Musical do Pampa - (col musical) - 1960
- Vestimenta Gaúcha (opúsculo) - 1961
- Gaúchos de Faca na Bota - 1966
- Carne Ovina (promoção com receitas) - 1968
- Aspectos da Ovicultura Gaúcha - 1977
- Tosquia Australiana no Rio Grande do Sul (co-part.) - 1972
- The Gaúcho - Dances, Costumes, Craftsmanship (em inglês) - 1978
- "Reses" - Cântico do Ciclo Natalino Rio-Grandense (opúsculo) - 1979/1980
- Festas Juninas e dos Santos Padroeiros (opúsculo) - 1980
- Os "Reses" no Natal Gauchesco - 1981
- Natal Gaúcho e dos Santos Reses - 1982
- Folias do Divino - 1983
- Folclore Gaúcho - Festa, Bailes, Música e Religiosidade Rural - 1987
- Debret - Província de Rio Grande de São Pedro do Sul (álbum com Salomão Scliar) 1978
- "Novas" Danças do Rio Grande Antigo - 1986
- Aspectos da Música e Fonografia Gaúchas - 1984
- Festejos do Ciclo São João na Tradição Gaúcha - 1986
- Origem da Semana Farroupilha, Primórdios do Movimento Tradicionalista - 1994
COM BARBOSA LESSA
- Manual de Danças Gaúchas - 1956
- Danças e Andanças da Tradição Gaúcha - 1975
- A Guerra e o Gado - Fatores da Sociabilidade do Gaúcho ( separata) - 1952
- Aspectos da Sociabilidade Gaúcha - 1985




 Foto de Ana Fraga

 

 

 

Nova localização

Após 48 anos no Largo do Bombeiro, na Av. dos Estados, bairro São João, zona norte da cidade, no dia 11 de março de 2007, a estátua foi transferida para o Sítio O Laçador, em frente ao antigo terminal do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na mesma avenida, mas a uma distância de 600 metros do seu antigo local. O motivo para a transferência do símbolo de Porto Alegre foi a construção do viaduto Leonel Brizola no local onde a estátua permanecia, já concluído. O homem que serviu de modelo do laçador, Paixão Côrtes, não pôde assistir à transposição da estátua no dia previsto para a mudança pois foi hospitalizado devido ao seu estado emocional.
O Sítio O Laçador tem seis espaços diferenciados, com as cores do estado do Rio Grande do Sul, em quatro mil metros quadrados de área. A estátua permanece num espaço mais elevado, denominado Coxilha do Laçador. Para a construção do Sítio O Laçador foram investidos um milhão de reais, com a intenção de valorizar o folclore e a tradição gaúcha, já que a estátua continua visível a todas as pessoas que chegam a Porto Alegre pela BR-116



Texto - http://pt.wikipedia.org

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